NEM TODO TIPO DE FÉ AGRADA A DEUS*

*Por A. W. Tozer

Sem fé é impossível agradar a Deus, mas nem toda a fé agrada a Deus.

Não me lembro de outro período em que a fé tenha sido tão popular como hoje. Depois da primeira guerra mundial, o homem de fé era considerado fraco, e ficava tremendamente para trás na tendência intelectual predominante no mundo de hoje. Mas, desde o fim da segunda guerra mundial, o pêndulo pendeu extremamente noutra direção. A fé tornou a receber o favor de quase toda gente. O cientista, o motorista de táxi, o filósofo, a atriz, o político, o concorrente a prêmios, a dona de casa – todos estão prontos para recomendar a fé como panacéia para todos os males – morais, espirituais e econômicos.

Se tão-somente crermos, faremos de algum modo o que for preciso, ainda que muito difícil. Assim corre a cantiga popular. O que você crê não tem importância. Creia apenas. Judeu, católico, romano, místico naturalista, ocultista, “swamista”, mórmon, sufista, poeta lunático sem convicções religiosas, sonhador político ou aspirante a uma casa de campo em Urano ou Marte – simplesmente creia e, tenha paz, será maravilhoso. Logo um mundo sem doenças e sem guerras emergirá das névoas, habitado por uma raça sem classes, sem credos e sem cor, os homens viverão irmanados nisso e naquilo.

Subjacente a isso está a nebulosa idéia de que a fé é uma energia onipotente a fluir pelo universo e à qual quem quiser pode ligar-se a seu bel-prazer. É concebida vagamente como uma pulsação criadora e sub-racional que jorra para baixo, proveniente de algum “ponto lá em cima”, todo o tempo pronta para entrar em nossos corações e mudar toda a nossa constituição moral e mental, bem como toda a nossa maneira de ver o homem, Deus e o cosmos. Quando ela entra, saem o pessimismo, o medo, a derrota e o fracasso; entram com ela o otimismo, a confiança, o autodomínio pessoal, e o infalível sucesso na guerra, no amor, nos esportes, nos negócios e na política.

É claro que tudo isso são fiapos etéreos de engano pessoal, tecidos com os insubstanciais fios da fantasia trançada pela mente de pessoas de coração mole que querem acreditar nisso. É uma forma de transcendentalismo pobre que, na forma em que o temos hoje, descende do transcendentalismo mais literário e mais respeitável da Nova Inglaterra de um século atrás.

O transcendentalismo é uma espécie de religião sem credo, resultante da vontade de crer e da falta de vontade de crer nas Escrituras Sagradas. Descobrir os princípios do transcendentalismo é extremamente difícil, se é que existe realmente algum princípio; mas Émerson nos deu uma sugestão quando disse: “Crer consiste em aceitar as afirmações da alma; não crer, em negá-las”. Creio que se pode tomar isto como um sumário da fé religiosa de Émerson, e certamente é uma precisa descrição da fé humanística das massas semicristãs de hoje.

O que é deixado de lado em quase tudo isso é que a fé só é boa quando está comprometida com a verdade; quando se apóia na falsidade, pode levar à tragédia eterna, e é o que muitas vezes faz. Pois não basta crermos; temos de crer na coisa certa, a respeito do Ser certo. Crer em Deus é mais do que crer que Ele existe. Acabe e Judas criam nisso. A uma fé certa é necessário conhecimento. Precisamos pelo menos saber algo daquilo a que Deus se assemelha, e qual é a sua vontade para as suas criaturas humanas. Saber menos que isso é ser lançado de volta à necessidade de aceitar as afirmações da alma e substituir por “Assim diz a minha alma” o bíblico “Assim diz o Senhor”.

A fé verdadeira exige que creiamos em tudo que Deus disse acerca de Si mesmo, mas também que creiamos em tudo que Ele disse acerca de nós. Enquanto não crermos que somos maus como Deus diz que somos, não poderemos crer que Ele fará por nós aquilo que Ele diz que fará. Aqui o certo está onde se rompe a religião popular. Esta nunca aceita a severidade de Deus ou a depravação do homem. Salienta a bondade de Deus e a infelicidade do homem. O pecado é uma fragilidade perdoável, e Deus não Se preocupa muito com ele. Ele simplesmente quer que confiemos na Sua bondade.
Crer deste modo é basear a fé na falsidade e edificar a nossa esperança eterna sobre a areia. Ninguém tem o direito de selecionar o que quiser dentre as verdades reveladas. Deus falou. Todos estamos debaixo da solene obrigação de ouvir as afirmações do Espírito Santo.

Manipular as Escrituras de molde a fazê-las escusar-nos, elogiar-nos e consolar-nos é menosprezar a Palavra escrita e rejeitar a Palavra Viva. Crer salvadoramente em Jesus Cristo é crer em tudo que Ele disse de Si mesmo e em tudo o que os profetas e apóstolos disseram sobre Ele. Conscientizemo-nos de que o Jesus que nós “aceitamos” não é um que criamos com o pó da nossa imaginação e formamos à nossa semelhança.

A verdadeira fé nos compele à obediência. “Viemos a receber graça e apostolado por amo do seu nome”, diz Paulo, “para a obediência por fé, entre todos os gentios” (Rm. 1:5). A fé sonhadora e sentimental que ignora os juízos de Deus contra nós e dá ouvidos às afirmações da alma é mortal como o cianido. A fé que aceita passivamente todos os textos agradáveis das Escrituras, ao passo que deixa de lado ou rejeita as severas advertências e mandamentos das mesmas Escrituras, não é a fé a respeito da qual Cristo e os seus apóstolos falaram. Fé na fé é fé perdida. Esperar pelo céu por meio dessa fé é vagar no escuro através de abismo profundo, numa ponte que não chega ao outro lado.

A.W.Tozer, “De Deus e o Homem”
Editora Mundo Cristão, 1ª Edição, 1981,
Título original em inglês “Of God and Men,
Christian Publications Inc., 1960

NÃO TEM 40 ANOS QUE BASTEM

19 de novembro de 1969.

Maracanã, Rio de Janeiro.

Pelé marcava seu tão esperado gol mil.

Instantes depois, diante de centenas de microfones, pedia:


“Não quero festas para mim. Acreditem, acho muito mais importante ajudar as crianças pobres, os necessitados.

19 de novembro de 2009.

40 anos se passaram, e tudo o que podemos dizer hoje é...

Milésimo gol de Pelé completa 40 anos

Só.


Porque, de resto...



p.s.: Para ler outro texto meu sobre isto, clique aqui.

GAYS GANHAM TERRENO


Repercutiu (e mal) em todo o país a entrevista que a psicóloga Rozângela Justino deu nas páginas amarelas da Edição 2125 da Revista Veja, em 12 de agosto de 2009, cujo título, com um quê de sensacionalismo, foi “Homossexuais podem mudar”.



Rozângela oferecia tratamento psicológico a fim de ajudar pessoas que voluntariamente a procuravam alegando insatisfação com sua homossexualidade a mudar sua condição (leia a entrevista completa
aqui).

Oferecia, eu disse.


Infelizmente, no domingo último, dia 15, em seu blog, a valente doutora informou que está deixando o tratamento terapêutico que vinha fazendo com aquelas pessoas que estivessem interessadas em abandonar o homossexualismo.

Os motivos apontados por Rozângela são vários, entre eles, a perseguição que vem sofrendo de ativistas gays, a pressão exercida pelo Conselho Federal de Psicologia e até ameaças de morte.

Um absurdo sem tamanho!

Por favor, leia o desabafo de nossa querida e destemida irmã, e — queira Deus! — sejamos capazes de nos mobilizar em favor dessa causa (e de outras que ela sugere) que é de interesse grandíssimo para o progresso do Reino de Deus no Brasil.

Para lê-lo diretamente no blog da doutora, clique
aqui.

Para lê-lo no Mídia Sem Máscara, de onde tomei conhecimento, clique
aqui.

Por favor, prestem atenção, especialmente, ao pedido feito por Rozângela ao final de sua mensagem.

Manifeste também a ela sua solidariedade.

E que Deus nos abençoe para o que nos espera daqui pra frente!

SOBRE O DÍZIMO E A IGREJA - Parte 2


Promessa é dúvida, já diria o profeta contemporâneo.

Eu disse que em uma semana eu voltaria a falar sobre a questão do dízimo aqui, não foi?

Pois é, lá se vão três semanas!

Mas, antes tarde do que mais tarde ainda, né? (acho que essa também é do tal profeta).

De volta ao nosso assunto, vimos (clique aqui) quais lições podem ser aprendidas com a prática judaica do dízimo à luz do Velho Testamento, e assim, sob essa luz, avaliarmos nossa própria prática eclesiástica, se, de fato, é mesmo igual àquela, como avocamos tão convictamente ser.

Há, entretanto, uma questão que precisa ser encarada por nós com bastante honestidade, qual seja: não estamos hoje pr’além dos tempos da lei? Não é precisamente este o tempo que chamamos “da Graça”?

Qual é, portanto, o padrão ensinado nas Escrituras para a Nova Aliança, a qual pertencemos?


Antes de mais nada, é preciso ver que relação as Escrituras fazem entre a Velha e a Nova Aliança.

Jesus disse que a lei e os profetas vigoraram até João e que, desde então, o Reino de Deus seria alcançado “por força” ou “com muito esforço” (Lc. 16:6). Mas Ele jamais disse isto para INVALIDAR a lei, posto que, em seguida, Ele completou:
“... porém, é mais fácil passar o céu e a terra do que passar um til da lei” (Lc. 16:17).

Lembremo-nos de que quando do batismo de Jesus, Deus, o Próprio, disse que ali estava Aquele que O agradava (Mt. 3:17; 17:5; Mc. 1:11; Lc. 3:22).

E querendo deixar ainda mais claro aos judeus qual era essa RELAÇÃO entre a Velha Aliança (expressa na lei e nos profetas) e a Nova Aliança (expressa em Jesus), no monte da transfiguração, diante de alguns discípulos, Deus disse que apesar da presença ali de Moisés (representando a lei) e de Elias (representando os profetas), era a Jesus que Ele queria que ouvissem (Mc. 9:7).

Pois bem, em diversas ocasiões, Jesus, fazendo referência à lei, dizia:
“Ouvistes o foi dito aos antigos...”, para, em seguida, acrescentar: “... eu, porém, vos digo...”, e então estabelecer um padrão ainda mais elevado ao que fora dito anteriormente.

Por quê?

Porque a Nova Aliança tem, sob todos os aspectos, um padrão mais elevado mesmo. Afinal, se é NOVA, é porque substitui uma VELHA. E ninguém usa algo velho se já tem algo novo para o lugar! É o que diz, inclusive, Hebreus 8:13 (Leia também Rm. 7:6; II Co. 3:14; 5:17; Ef. 4:22; Cl. 3:9).

Ora, se de um lado, a Velha Aliança estabelecia apenas uma décima parte de toda a renda como forma de o povo de Deus contribuir, não seria razoável dizermos que, por outro lado, a Nova Aliança deveria estabelecer mais?

Sim, e é assim mesmo!

Jesus disse que qualquer de nós que não renunciasse a tudo quanto tem não poderia ser seu discípulo (Lucas 14:33).

É inconcebível que, tendo renunciado a tudo, não tenhamos incluído nisto nossos recursos materiais e financeiros, não é mesmo?

Desse modo, pasmem vocês ou não, se na Velha Aliança o padrão era 10%, agora, na Nova Aliança, o padrão é 100%! Ou, pelo menos, deveria ser.

Tudo que reputamos por nosso, na verdade, foi confiado a Deus, para seus interesses em favor de seu povo e/ou de sua obra.

E é a esse ato de dispor tudo que a Bíblia chama de “generosidade”.

O oposto de generosidade segundo as Escrituras é a avareza, que, por definição, é o apego às coisas materiais (sejam elas quais forem). Acerca dos avarentos, se diz:

“... nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”.
(I Coríntios 6:10)


Não se pode dizer que o exclusivo comprometimento de nossa vida financeira, só e por si só, redunde em exercício amplo e pleno de generosidade, vez que é pontual; mas, sem dúvida, é uma de suas mais fortes expressões e evidências, e esta não pode prescindir daquela, ao contrário.

Isto compreendido, sugiro que abdicássemos da utilização do termo “dízimo”, não por um capricho, mas, sobretudo, por dissociação. Seu uso, embora legítimo, nos leva ao vício, já caduco para a Igreja, da oferta judaica, dezporcentual. Além disso, qualquer contribuição acima do percentual testamentário, configurar-se-ia naturalmente em qualquer coisa, menos “dízimo”, que, já em sua etimologia, quer dizer 10%.

Ou seja, um dízimo de 20% é algo absolutamente descabido.

Sejamos honestos, pensar nisto dói, não é mesmo? Inda mais que, num contexto obscenamente capitalista como o nosso, e com gente idem, dissimuladamente travestida de crente, mas que nada faz senão sorver o sangue da fé alheia até as últimas gotas, isto soa ridículo e inconseqüente.

Sim, de fato o é.

Mas uma verdade não deixa de ser verdade porque alguns a usam indevidamente, para a satisfação de seus interesses escusos.

Precisamos ter coragem para encarar as duas coisas: a verdade inquestionável, e a cretinice alheia.

Há, porém, outra “boa” razão para encontrarmos algo que desculpe nossa indiferença na devida observância dessas verdades (e esta exigirá de nós ainda maior sinceramente): a de que amamos nosso dinheiro, e não gostamos da idéia de nos dispor dele.

Jesus falou sobre isto também.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
(MATEUS 6:24)


Noutras traduções, em lugar de “riquezas”, o termo é Mamon, uma palavra aramaica cujo significado remete ao de uma divindade espiritual, numa clara alusão ao poder e influência que, não apenas o dinheiro, mas as coisas materiais são capazes de exercer sobre todos nós.

O caso do jovem rico (Mc. 10:17-23), por exemplo, é uma clara ilustração disto. Ele tinha muitos bens, e também tinha vontade – ninguém pode negar – de seguir a Deus. Contudo, ele pensou poder fazê-lo sem ter de mexer em suas riquezas. Jesus, por outro lado, conhecendo-lhe o coração e AMANDO-O disse-lhe que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres, pondo-lhe em prova no primeiro e no segundo mandamento que o jovem disse seguir desde a mais tenra idade. Ao ouvir isto, ele se foi.

Outra ilustração disto, mas às avessas, é o da viúva pobre (Mc. 12:41-44). Apesar de só depositar no gazofilácio uma moedinha, Jesus afirma que ela deu mais do que todos os outros, pois estes deram daquilo que lhes sobrava, aquela, porém, de tudo o que tinha.

“Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
(Mateus 6:21)


Eu sei que muitos argumentarão dos riscos que corremos de dispor nossos recursos todos a gente profana, mas lembremo-nos de que fora exatamente por causa de um contexto como o nosso que Deus repreendeu severamente o povo de Israel, que se negava a levar os dízimos, sob a alegação de que os sacerdotes vinham sendo infiéis.

A desculpa, aparentemente compreensível e lógica, pode ser um engodo para negarmos nossa confiança total em Deus. Se deixarmos, Mamon nos domina e nos aprisiona, o que é óbvio ser ainda mais perigoso num mundo capitalista como o nosso.

Perceba que eu tenho aqui o cuidado de utilizar o verbo “dispor” ao invés de simplesmente “dar”. Isto porque, como já disse acima, “dar” não é exatamente uma evidência de que há generosidade, sendo esta muito mais um estilo de vida, expressado por inúmeras atitudes tomadas em amor e cumplicidade.

A hospitalidade, por exemplo, é uma forma, linda, de generosidade.

Deus não nos quer dando dinheiro. Deus nos quer generosos.

Também não digo aqui que o devemos fazer indiscriminadamente. Infelizmente, o assunto é maior do que este espaço permite, mas acredito que todo o cristão sincero encontrará em Deus boa ocasião de obedecer à sua fé (se for esta), e tornar-se canal abençoador, longe dos lobos vorazes do evangelho e sem ser lesado por quem quer que seja.

Por todo o exposto acima, podemos resumir uma verdadeira atitude de generosidade quando ela vem acompanhada das seguintes características:

1. AMOR (Mc. 12:41-44)
2. (Lc. 6:38; II Co. 9:6)
3. SACRIFÍCIO (II Co. 8:1-6, 9)
4. ALEGRIA (At. 20:34;II Co. 8:1-9)
5. GRATIDÃO (Hb. 7:6, 7)
6. DESPRENDIMENTO TOTAL (Mc. 6:1-14)
7. SUBMISSÃO (I Co. 16:1, 2; II Co. 8-9)

Generosidade não é o ato de dar dinheiro, mas, sim, o produto da soma de todas as virtudes acima.

OLIMPÍADAS NO RIO 2016

Assista abaixo ao vídeo oficial da candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas 2016.










Nota do EdV:

Belíssimo trabalho!

Muito embora este blogueiro não tenha sido favorável à eleição.

SE NÃO TÁ NA BÍBLIA, PODE?


Um dos argumentos mais utilizados para justificar ou desculpar determinadas práticas das pessoas é este: “Mas na Bíblia não tem nada que proíba isto”.

E o pior é que você sabe que não tem mesmo.

Como fica neste caso?

Bem, acredito que o problema desse raciocínio começa exatamente com isto: pensar e atribuir à Bíblia o caráter de “Livro das Negações de Deus”.

As pessoas consideram a Bíblia um livro onde Deus diz o que não se deve fazer.

Até entre cristãos é assim.

Aí, com apenas parcos conhecimentos bíblicos, uma pessoa pode se gabar toda em dizer que, se determinada atitude sua não é reprimida pela Bíblia, não é, também, por Deus, configurando-se, daí, em algo legítimo.

Dessa maneira, o respaldo bíblico para se fazer algo está em não haver respaldo bíblico que proíba fazer.

Mas esse não é um raciocínio tão lógico assim.


A Bíblia não é a manifestação completa de Deus, até porque a manifestação completa de Deus é só Deus mesmo.

Nenhum livro sobre algo ou alguém é a completa revelação daquilo ou daquele por ele revelado. E jamais pode ser.

A revelação bíblica de Deus é apenas uma parte pequena de Sua revelação.

Mas não é falsa por isto; ao contrário.

Uma parte de um todo jamais negará ou contradirá o todo.

É razoável sabermos que encontraremos na Bíblia indícios e evidências da natureza de Deus, e que, algumas vezes, será possível tirar conclusões acerca de temas não tratados explicitamente nela.

Quando for assim, é natural a conjectura, a controvérsia, a inquirição, mas sempre respeitando os princípios absolutos e claros, que, por conseguinte, não podem ser contraditos.

Mas, noutras vezes, nem isto temos.

E, neste caso, especificamente, o melhor que se faz — e é mesmo o que eu procuro fazer — é omitir-se de dar qualquer opinião sobre algo de que não se disponha de conhecimentos bíblicos suficientemente seguros.

A menos que se queira, é claro, arriscar...

Já sabendo, de antemão, no entanto, o seguinte: que, por não haver provas suficientes de que aquilo que se diz seja verdade, pode ser mentira então, por que não?

Muita gente, inclusive, parece pouco preocupada com isto.

Parece bastante a elas apenas a louca certeza de que a ausência de negação é sinal evidente de afirmação, quando, para mim, o raciocínio oposto é mais coerente.

Se a Bíblia é um livro, sobretudo, de afirmações, e não de negações, como eu acredito ser, a ausência de uma afirmação é que pode indicar negação.

Mas, no mínimo, será incerteza.

E incerteza não é fé.

Sem a qual é impossível agradar a Deus (Hb.11:6).

A ENQUETE DO SENADO FEDERAL: MANIPULAÇÃO OU CONVENIÊNCIA?



No dia 06 de novembro último, através do Genizah (sempre ele!), tomei conhecimento de uma enquete veiculada no site do Senado Federal para saber qual a opinião das pessoas acerca da aprovação da PLC 122/2006.

Pra quem não sabe, e em linhas gerais, o que pretende a PLC 122/2006 é dar aos homossexuais direitos que nenhum outro cidadão civil tem, como, por exemplo, o de não ser criticado por suas escolhas. O embuste está em dizer à sociedade que a intenção é garantir aos homossexuais um direito constitucional: o de expressar-se livremente. Mas o resultado é exatamente o oposto, pois ninguém mais terá direito algum de expressar-se contrariamente a eles.

Para garantir o de um, retiram-se os de todos.

O que temos aqui é o predomínio de uma minoria sobre a imensa maioria.


Interessante notar que, a guisa de democráticos, o que o Senado Federal e suas hostes ativistas gays armaram foi um tremendo simulacro de manipulação de informações e parcialidade, que não contava, entretanto, com a decência moral da opinião pública. Ou então, conhecendo-a, ignoraram-na (o que, também, é bem provável).

A pergunta da enquete, naquela ocasião, era expressamente esta (vide figura abaixo): “Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que torna crime o preconceito contra homossexuais?” (grifo meu).



Notem a sutileza.

Sorrateiramente, a pergunta induz o leitor ao voto favorável, chamando, desde ali, de preconceito qualquer opinião contrária ao homossexualismo.

Ou seja, na cabecinha mal intencionada deles, já há preconceito (e quem não for favorável à sua criminalização também demonstrará tê-lo); a questão é se deve ser mesmo crime ou não.

Mas, mesmo assim, eles ainda não revelam tudo. Veja o que disse o Júlio Severo a respeito:


“A enquete não explica para os internautas que os militantes gays vêem como ‘preconceito’ toda opinião médica, filosófica, moral ou religiosa contra o homossexualismo. A enquete também não revela para os votantes que toda manifestação contra o homossexualismo é considerada crime pelo PLC 122. Pregações contra o homossexualismo caem nessa categoria, e mesmo sem nenhuma lei semelhante ao PLC 122, pastores e padres já estão sendo ameaçados no Brasil (...)”


Independente disso, parecia haver muita gente ainda disposta a jogar água no chopp das intenções espúrias do governo.

Até o momento de minha votação, 62% das opiniões eram contrárias à aprovação do projeto, contra apenas 38% de votos favoráveis.

Mas, inexplicavelmente depois, a enquete “sumiu” (vejam só!) do ar.

Que coisa, não?

E muito mais inexplicável ainda foi, logo depois, o Senado divulgar, no mesmo site, uma pesquisa, vinda sei lá de onde, dando conta de que 70% dos brasileiros eram favoráveis à criminalização do preconceito contra homossexuais, quando sua “democrática pesquisa” indicava exatamente o contrário (leia
aqui).

De onde eles tiraram isto? Alguém aí foi consultado? Eu não fui.

Aliás, que divulgação foi dada a isto?

Bom, mas eis que ontem, após inúmeros questionamentos por parte da população interessada, a enquete voltou ao ar...

Para sumir novamente, logo depois (clique
aqui), como se sobrevoasse, desapercebidamente, o temível Triângulo das Bermudas.

Mistério...

Quase.

Hoje, ao ver as notícias, leio aquilo que poderia ser a luz no fim do túnel para as nossas “desinformadas” suspeitas.

O site Portal IMPRENSA divulgou a seguinte notícia:
“Hackers atacam enquete do Senado sobre lei contra discriminação de gays".

Será?

A informação é de que um
bug provocado pelo ataque de hackers (provavelmente crentes, né?! Afinal que interesses teria essa gente?) causou a falha nos servidores do Senado Federal, comprometendo o resultado da enquete, e, por isto, eles a teriam tirado do ar.

Talvez seja este o nome que eles dão (hackers) àqueles que prezam pela ordem e pela ética no convívio social.

A pergunta que não quer calar é: se o resultado fosse um rotundo “SIM”, contra um esquálido “NÃO”, eles tirariam do ar a enquete e atribuiriam tais números a um ataque de hackers?

Nunca se saberá, ao certo.

Mas a iniciativa do Senado de esclarecer o fato à população, além do esforço em equacionar um problema que deve ser mesmo muito inconveniente e constrangedor para eles, tadinhos, revela também outros cuidados.

Veja na figura abaixo, conferindo com a notícia do Portal IMPRENSA, o enunciado da enquete que o Senado Federal afirma ter veiculado em seu site.



Agora compare com a primeira imagem lá em cima, retirada da real enquete feita.

Confira ainda abaixo, diretamente da página do Senado, no lado direito, quando a enquete ainda estava no ar.



Você pode ler ali claramente: “Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?” (grifo meu)

Por que a alteração, ainda que pequena, do texto? Ele, em momento nenhum, fez parte da enquete.

Não queria o Senado assumir uma mea culpa diante da imprensa e da opinião pública, de modo a amenizar sua dissimulação?

Nunca se saberá, ao certo.

Mas é, no mínimo, suspeita essa confusão toda ao redor de uma enquete sobre a qual não foi feita nenhuma divulgação realmente importante, e — o que é pior — repleto de interesses adversos de setores diversos da sociedade, e pouco dispostos a ceder espaço uns aos outros.

Num ambiente desses, não é exatamente inconcebível que um interesse maior queira se valer de suas influências políticas para sobrepor-se àquele inferior, subjugando-o ao seu totalitarismo intransigente.

Ainda mais se tudo isto parecer um acidente.

Tal como uma boa e velha organização mafiosa gostaria de fazer.


O MEU PASTOR É DEUS*

*Por Jorge Rehder



O meu Pastor é Deus, nada me faltará
Tudo o que eu preciso Ele proverá
O meu Pastor é Deus, me protegerá
Em verdes campos, junto às águas
Me fará descansar

Restaura minha alma
Guia os meus passos
Pelos Seus caminhos
Por Seu grande amor

Não temerei se no vale escuro eu andar
Protegido serei, junto a mim Ele estará
O Seu amor e o Seu bem me valerão
Pra sempre em meu viver
Até aquele dia em que habitarei
Para todo o sempre com o meu Pastor

Prepara-me uma mesa
Na presença de inimigos
Meu cálice transborda
Tenho consolo e unção

Não temerei se no vale escuro eu andar
Protegido serei, junto a mim Ele estará
O Seu amor e o Seu bem me valerão
Pra sempre em meu viver
Até aquele dia em que habitarei
Para todo o sempre com o meu Pastor

O meu Deus

O meu Pastor é Deus

Nota do EdV:

Jorge Rehder se foi.

Vencido pelo câncer, tombou fatalmente na madrugada de ontem, dia 08 de novembro.

Mas aqui somente.

Seu cheiro de poesia, musicalidade e fé ainda perfuma o ar de muitas manhãs...

E assim será...

Até aquele dia em que as manhãs não têm mais fim...

E que Pedro chamou de dia eterno (II Pedro 3:18)

"Até aí, Jorge! Até aí!"

RESOLVIDO

UM APÓLOGO*

*Por Machado de Assis


"Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!"


Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59

(Fonte: Releituras)

PRONOMES HOMOSSEXUAIS


Algo me ocorreu hoje.

Precisamos urgentemente de pronomes homossexuais.

Sim, porque como fazemos para falar de um homem ou mulher que diz ser homossexual?

“Ora”, dirão vocês, “se for homem é ‘o’, se for mulher é ‘a’”.

Em tese, eu diria.

Porque “o” é pronome masculino.

Mas não é masculino quem é homossexual. É feminino. Não?

E “a” é pronome feminino.

Mas não é feminino quem é homossexual, não é mesmo? É masculino.

Não é isto aquela história de “corpos errados” e tal...?

Então.

É homem, mas é feminino?

É mulher, mas é masculino?

Aliás, um homem que diz ser homossexual é feminino mesmo, ou feminina?

E a mulher? É masculino ou masculina?

O, a, os, as, um, uns, uma, umas...?

Ihhhh...

Precisamos urgentemente de pronomes homossexuais!

PEÇA COM JESUS TRANSEXUAL PROVOCA PROTESTOS NA ESCÓCIA


Cerca de 300 manifestantes realizaram um protesto à luz de velas do lado de fora de um teatro em Glasgow, na Escócia, no dia da estreia de uma peça que retrata Jesus como um transexual.

O protesto foi realizado na terça-feira à noite em frente ao Tron Theatre, onde a peça "Jesus Queen of Heaven" ("Jesus, a Rainha do Paraíso", em tradução livre) está em cartaz, como parte do festival de artes Glasgay!, que celebra a cultura gay, bissexual e transexual da Escócia.

Os organizadores do festival afirmaram que não têm a intenção de incitar reações ou ofender ninguém.

A peça "Jesus, Queen of Heaven", que fica em cartaz até sábado, foi escrita e é encenada pelo autor transexual Jo Clifford.

Os manifestantes cantaram hinos religiosos e levantaram cartazes. Um deles dizia: "Jesus, Rei dos Reis, Não Rainha do Paraíso". Outro dizia: "Deus: Meu Filho Não É Um Pervertido".

Provocação

Os organizadores do festival classificaram os cartazes de "provocativos" e disseram que eles podem ser vistos como incitação à homofobia.

O produtor do Glasgay! Steven Thomson disse que "'Jesus, Queen of Heaven' é um trabalho de ficção literária explorando a viagem pessoal de fé do artista como um transgênero".

"O Glasgay! apoia o direito de liberdade de expressão das artes e oferece ao público uma visão diversa da vida GLBT (gays, lésbicas, transexuais e bissexuais). Este trabalho não tem a intenção de incitar ou ofender ninguém de nenhuma crença, mas respeitamos o direito dos outros de discordar desta opinião", disse.

"Nós vamos dar as boas vindas a membros do público genuinamente interessados que queiram entender a intenção artística por trás deste trabalho", acrescentou.

O Glasgay! é descrito como "a comemoração anual da cultura gay da escócia" e é financiado pelo Conselho das Artes da Escócia, Event Scotland, pelo Bureau de Marketing da cidade de Glasgow e pelo Conselho da Cidade de Glasgow.



Nota do EdV:

Aí, ó!

Tô falando que essa galera não quer saber de respeito às suas escolhas sexuais coisíssima nenhuma?

O que eles (ou, sei lá!, elas) querem é chocar.

Podiam ficar na deles (ou, sei lá!, delas) como todo mundo faz.

Mas não.

Querem é bagunçar o coreto, rodar a baiana, aprontar aquele batebofo no caterefofo... Só pra aparecer.

Na boa: dá pra levar a sério gente assim?

É difícil, mas eu vou tentar.

Eles só fazem isto com os “símbolos cristãos” porque confiam, de fato, que somos mesmo cristãos.

E têm sorte de sermos realmente.

Agora...

DU-VI-DE-O-DÓ que eles façam isto com Alá!

E aí, bicharada? Que tal uma próxima peça com o nome de "Maomé (ou Alá), rainha do paraíso"? Hã?

Acho que vocês não são homens o bastante pra isto, né?

Ou, sei lá!, mulheres.

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"Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros;
muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados"
(Martinho Lutero)